Sunday, April 4, 2010

Paz social e progresso. Os pressupostos do exercício do poder nacional

Na visão de uma sociedade que cultiva valores espirituais, a paz constitui condição necessária e efeito desejado. A Paz Social reflecte um valor de vida, não imposto, mas decorrente do consenso, em busca de uma sociedade caracterizada pela conciliação e harmonia entre pessoas e grupos, principalmente entre o capital e o trabalho, e por um sentido de justiça social que, garanta a satisfação das necessidades mínimas de cada cidadão, valorizando as potencialidades da vida em comum, beneficiando a cada um, bem como a totalidade da sociedade.

O progresso é uma constatação com base no passado e no presente: toma os factos como base, mas projecta – se no futuro sob a forma de objectivo. Neste enfoque, tem, entre outras, as seguintes características:

- Adequado crescimento económico – Destacam – se aqui as políticas económicas como instrumentos importantes para orientar a afectação dos recursos e estimular o comportamento dos agentes de mercado, influenciando, deste modo, o nível de investimento produtivo e a inovação tecnológica. No campo financeiro, em virtude do dinheiro volátil, que só é aplicável nos Paises estáveis, pelas grandes corporações, que, de multinacionais, tornaram-se transnacionais. Na indústria, pela tomada de grandes decisões económicas não mais pelos Estados, mas, pelas grandes corporações, que acompanham a onda de privatização mundial. Em consequência, o consumidor, hoje, consome produtos sem pátria, consumo esse que tende a aumentar, gerando novas oportunidades de emprego, na visão optimista de kenichi Ohmae, tal civilização genuinamente transnacional, alimentada pela tecnologia, contudo, tende a gerar imensa crise social e um apartheid tecnológico, com o uso abusivo da automação, chegando mesmo, a um desemprego estrutural já previsto por Marx e analisado por Keynes, sob a forma de desemprego tecnológico.
Há, paralelamente, o gradual desaparecimento das fronteiras nacionais, pois os Estados deixam de deter o capital internacional, perdendo o controle da produção e comercialização de tecnologia e o controle de suas obras de infraestrutura. Tudo isso conspira contra a ideologia de desenvolvimento, exacerba a interdependência, questiona o Estado, muda a natureza das relações de poder e abrangência do conceito de soberania.

- Justa distribuição de rendimentos – Segundo Rawls a concepção de justiça social assenta em três linhas Princípio da liberdade igual: A sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada pessoa compatível com uma liberdade igual para todos os outros. - Princípio da diferença: A sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza, excepto se a existência de desigualdades económicas e sociais beneficiar os menos favorecidos. - Princípio da oportunidade justa: As desigualdades económicas e sociais devem estar ligadas a postos e posições acessíveis a todos em condições de justa igualdade de oportunidades.
Assim apresenta dois argumentos a favor do princípio da diferença: o argumento intuitivo da igualdade de oportunidades e o argumento do contrato social hipotético.
A concepção comum de igualdade de oportunidades não limita a influência dos talentos naturais. Tenta resolver essa falha através do princípio da diferença. Assim, os mais talentosos não merecem ter um rendimento maior e só o têm se com isso beneficiarem os menos favorecidos.
Quanto ao Estado também, segundo essa lógica de pensamento distinguem -se três níveis de funções:
a) Funções mínimas: provisão dos bens públicos e protecção dos pobres;
b) Funções intermédias: resposta aos fracassos do mercado;
c) Funções activas: coordenação da actividade privada e redistribuição.

- Aperfeiçoamento moral e espiritual do homem – Ética é a ciência da moral. Ético é o concernente à moral. Moral é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade ou de modo absoluto.
 
googled277b6cf6dca6cec.html